segunda-feira, 25 de junho de 2012

Anpei alerta sobre ameaças para a indústria brasileira sem a inovação

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A Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (Anpei) lançou no dia 13 de junho, durante o encerramento da 12ª Conferência Anpei de Inovação Tecnológica, a "Carta de Joinville", documento que, entre outros pontos, alerta para os riscos que a indústria brasileira corre sem a inovação e para a necessidade do estabelecimento de um ambiente mais favorável para o setor produtivo investir. O encontro realizado em Santa Catarina reuniu cerca de 1.900 participantes, segundo a Anpei, entre representantes de empresas, academia, governo e institutos de pesquisa e desenvolvimento.

Anpei se diz preocupada com redução dos valores de investimento em inovação do governo A "Carta de Joinville" destaca a importância da inovação para a sobrevivência da indústria nacional e pede um esforço dos governos para o estabelecimento de políticas econômicas orientadas para a inovação. "A Anpei acompanha com preocupação a redução dos valores de investimentos em inovação do governo e seus cortes nos últimos dois anos, 22 % só neste ano. A falta de um ambiente legal totalmente previsível reforça a necessidade de continuar construindo um contexto mais favorável à inovação tecnológica e com recursos previsíveis e regulares", aponta o documento.

Melhorias no cenário nacional
A Anpei destacou, apesar das críticas, alguns pontos positivos para o cenário brasileiro de inovação, como, por exemplo, a redução dos juros e a consequente maior disponibilidade de capital para investimentos. Para a entidade, esse novo cenário precisa ser alvo de um monitoramento pelos gestores de inovação das empresas do País. "É preciso identificar vocações e incentivar iniciativas para garantir saltos qualitativos da inovação no Brasil", ressaltou a associação. Entre elas, diz a Anpei, estão projetos estruturantes em energia — como para o pré-sal e as energias renováveis —, tecnologias sustentáveis, saúde e iniciativas voltadas para o aproveitamento da biodiversidade.

Entidade recomenda ampliação da formação de recursos humanos em carreiras como ciências e engenharias A entidade defende ainda o fomento à P&D a partir dos recursos provenientes da exploração do pré-sal, com mecanismos de fomento que garantam a recomposição do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) em longo prazo, sob o risco de ocorrência de um "colapso do sistema de inovação nos próximos anos". Para a Anpei, o Brasil ainda requer avanços na questão do acesso e repartição dos benefícios da biodiversidade, com uma modernização do marco legal que viabilize as pesquisas nesse setor.

Capacitação para P&D
Outro ponto essencial citado no documento é a formação de recursos humanos para P&D. "A formação e capacitação profissional é crítica e suporta todos esses programas. É necessário ampliar a formação de recursos humanos em carreiras 'duras', como ciências e engenharias, buscando novos modelos educacionais com foco em inovação, empreendedorismo e sustentabilidade."

Apesar das críticas, Anpei destacou pontos como a redução dos juros e a maior disponibilidade de capital para investimentos No primeiro dia do evento, 11 de junho, o atual presidente da Anpei, Carlos Calmanovici, da Braskem, foi reeleito para o cargo, durante a XVIII Assembleia Ordinária da instituição, evento paralelo à programação da conferência. O vice-presidente, Guilherme Marco de Lima, da Whirlpool/Embraco, também foi reconduzido ao cargo, ambos para a gestão 2012-2014.

Fonte: UNICAMP

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